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Que profissão é essa? Engraxate
De uma época de romantismo, em que os tempos de prosa sentados no banco da praça eram comuns, avistar garotos com caixinhas sobre os ombros era quase uma rotina. A profissão de engraxate, uma relíquia dos chamados “tempos de ouro”, supera a correria do dia a dia e se mantém viva até hoje.
O hábito de limpar e polir sapatos nasceu no ano de 1806, quando as botas de um general francês foram polidas, em sinal de respeito, por um operário, que foi recompensado com uma moeda de ouro por isto. A tradição permaneceu durante a Segunda Guerra Mundial, onde meninos, que para ganhar qualquer coisa, lustravam as botas dos militares. Por volta de 1877, com a imigração italiana, apareceram na cidade de São Paulo os primeiros engraxates.
Resistindo à formalização do mercado de trabalho, o engraxate mantém uma clientela fiel, que garante renda a quem ganha a vida renovando a boa aparência dos calçados. Para quem acha que a atividade é simples, além da caixa com suas latas de graxa, escovas, flanelas e outros objetos, o profissional precisa de técnica, paciência e molejo com o cliente.
Há quem diga que a tendência é que o ofício desapareça com o tempo, devido ao desafio de sobreviver em meio a um mercado dominado pela indústria de tênis e outros itens esportivos. Em contraponto, há quem concorde com um antigo ditado que sugere que os bons hábitos de um homem podem ser medidos pelos cuidados com os sapatos que usa.
